domingo, 21 de fevereiro de 2010

SEPPIR abre diálogo com Clubes Sociais Negros do Rio de Janeiro

Imagem da diretoria do Clube Palmares na década de 60

No início de fevereiro, o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, visitou dois tradicionais clubes sociais negros do Estado do Rio de Janeiro. Na capital encontrou-se com a diretoria do Renascença Clube, criado há 58 anos no bairro do Andaraí, na Zona Norte da cidade. E em Volta Redonda, no sul fluminense, reuniu-se com diretores e sócios do Clube Palmares.

Em ambos os encontros, o ministro discutiu alternativas para promover a autossustentabilidade dos clubes, agregando as famílias negras de seu entorno, como o desenvolvimento de cursos profissionalizantes, além de atividades esportivas e culturais. Quanto à preservação do patrimônio, o ministro da SEPPIR explicou que é fundamental que as agremiações obtenham títulos de utilidade pública junto ao Poder Público como forma de viabilizar o seu tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “A partir do tombamento, a manutenção do patrimônio dos clubes se torna uma obrigação da União”, explicou.

O processo de tombamento, no entanto, é impossibilitado quando o clube possui dívidas junto a órgãos públicos, uma situação compartilhada pela maioria dos clubes negros do país. Recordando o exemplo do Time Mania, uma parceria dos clubes de futebol profissional do estado que viabilizou a solução financeira de suas dívidas, o ministro sugeriu que os clubes sociais negros nessa situação se articulem para uma negociação conjunta com os credores. Nesse sentido, convidou a diretoria do Renascença e do Palmares a enviar representantes para a reunião que a SEPPIR promoverá em Brasília, em desdobramento ao II Encontro Nacional de Clubes Sociais Negros.

Renascença - Tudo começou na década de 50 do século 20, quando algumas pessoas foram impedidas de entrar em um clube por causa da cor da pele. Os tempos eram assim. Com isso, resolveram fundar no bairro do Méier um clube com predominância de afrodescendentes. No início, só era permitida a participação de negros, mas, com o passar do tempo, essa restrição foi abandonada. Coube ao Renascença Clube se tornar referência da história cultural negra no município do Rio de Janeiro.

Palmares – O clube Palmares foi fundamento em 1965 com o objetivo de integração e interação do negro na sociedade brasileira. Foi uma resposta às restrições impostas pela sociedade da época, que não admitia negros nos quadros de associados dos clubes mais tradicionais, onde era muito comum o convívio social nos fins de semana. Restava então como opções as festas em casas de família ou em salões improvisados.

Comunicação Social da SEPPIR/ PR
12/02/2010

Aniversário Palmares 45 anos.

No último dia 31 de janeiro, na sede do Clube foi comemorado o 45o. aniversário de fundação.

Na ocasião contamos com a presença de inúmeros palmarinos, de hoje e de ontem, de personalidades locais como a Dep. Cida Diogo, Dep. Inês Pandeló, Ver. Nelson Gonçalves, além da prestigiosa presença da atriz Zezé Motta e do cineasta Zózimo Bulbul. Padre Vanderley Souza do Rio de Janeiro celebrou juntamente com a Pastoral Negra de Barra Mansa uma missa afra na abertura das comemorações (foto).

Neste dia contamos com a presença de palmarinos amigos provenientes de distintas cidades: Rio de Janeiro, Viçosa MG, Barra Mansa, Resende e Pinheiral.

Saudações palmarinas.

Diretoria
CLUBE PALMARES

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Jean-Paul Sartre - reflexões..

Escritor e dramaturgo (1968) observava que a despeito do trabalho escravo, o negro produzia cânticos, pois está mais perto da natureza que favorece a criação poética. O trabalhador branco, por sua vez, está mais ligado à aquisição da técnica para dominar as questões práticas do dia-a-dia.

Se por um lado o branco tem uma visão de mundo pautada pela relação das mãos, em função da questão material; o negro relaciona-se com o mundo a partir do olhar, dado sua relação com a natureza.


Essa maneira peculiar de ser do negro pode ser vista como um elemento diferencial de sua arte quando comparada com outras visões estéticas. O cinema negro, portanto, ainda pode ser caracterizado como “arte de causa”, pois busca fazer valer a humanidade do negro negada ao longo da história.

O Europeu buscava a força de trabalho do africano. Mas nos porões dos navios vinha muito mais que apenas músculos, vinham:

  • Idéias
  • Sentimentos
  • Tradições
  • Mentalidades
  • Hábitos alimentares
  • Ritmos
  • Canções
  • Crenças religiosas
  • Forma de ver a vida
  • Palavras

E o que é mais incrível. O africano levava tudo isso dentro da sua alma, pois não lhe fora permitido carregar seus pertences.